FERNANDO MOTA
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​MAPA | estórias de mundos distantes
​MAPA | contos e cantos

MAPA é um espectáculo com duas versões para públicos distintos:
MAPA | estórias de mundos distantes, para adultos
​MAPA | contos e cantos, para a infância.


Na sua génese está a pesquisa de histórias de resistência e evasão em países e territórios em guerra, de povos ocupados ou exilados, com especial enfoque nos universos feminino e infantil.

Criado a partir de textos originais, poesia oral de mulheres afegãs, um poema de Eduardo Galeano, músicas e sonoridades de várias culturas de África e do Médio Oriente, desenhos de crianças de Darfur e outros materiais plásticos, procura fazer uma reflexão sobre os conceitos de território e fronteira, de pertença e de liberdade.

MAPA é um espectáculo multidisciplinar. Cruza várias linguagens e expressões como a música, a poesia, o teatro, as artes plásticas e o video para criar um objecto performativo poético e imersivo que conta estórias e fragmentos de estórias de várias geografias.

Para este projecto foram criados vários instrumentos musicais a partir de objectos e materiais simbólicos como a Harpa Farpada (uma janela-harpa feita com arame farpado), o Remo (cordofone criado a partir do objecto que lhe dá o nome), caldeiros de metal suspensos de onde surge uma tempestade marítima e um jogo de piões que nos transporta  para um campo de batalha.

Musicalmente são utilizadas músicas e instrumentos da Nigéria, do povo Berber (na língua Amazigh), uma canção de embalar Palestina (em árabe), uma melodia encontrada numa placa de barro de 1400 AC na região de Ugarit, no Norte da Síria (possivelmente a composição musical mais antiga da qual temos registo), bem como uma série de peças originais e construções sonoras inspiradas em culturas musicais de África e do Médio Oriente.
Criação e Interpretação: Fernando Mota
Dramaturgia e Traduções: Francisco Luís Parreira
Textos adicionais: poesia popular afegã, Eduardo Galeano
Direção cénica: Caroline Bergeron
Música: Fernando Mota
Música adicional: Braima Galissa, George Gurdjieff, Woody Guthrie
Cenografia: F. Ribeiro
Desenho de luz: José Álvaro Correia
Vídeo: Miguel Quental
Operação técnica: Catarina Côdea
Produção executiva: Violeta Mandillo
Atrizes nos vídeos: Ana Sofia Paiva, Cláudia Andrade e Lucília Raimundo
Vozes gravadas: Ana Sofia Paiva, Cláudia Andrade, Gaspar Vasques, Lucília Raimundo, Serena Sabat e Tiago Mota

Agradecimentos: Braima Galissa, Cláudia Andrade, Domingos Morais, José Grossinho, Laura Mendes Pinto, Moz Carrapa, Nuno Figueira, Rabat Dabah, Serena Sabat

Coprodução: A Caravana, Cine-Teatro Louletano, Teatro Aveirense e São Luiz Teatro Municipal
Apoio: República Portuguesa - Cultura / Direção-Geral das Artes

O trabalho de dramaturgia — que aqui significa escrita original e selecção de textos pré-existentes — correspondeu à necessidade de textualizar essa abstracção visual chamada mapa. Sempre que dois ou mais grupos humanos se declararam guerra, a representação que os conduziu foi o mapa actual ou potencial que tinham à sua frente. Desde a sua origem no mundo antigo, os mapas mantêm uma relação estreita com a conquista territorial. Fazer um mapa ou desdobrá-lo é traduzir para a fome dos olhos um discurso de poder, é exprimir um entendimento do espaço terrestre como ferida ou cicatriz de relações de poder. E, no entanto, é costume confiar-se na finura e objectividade aparentes dos mapas: quer dizer que nos escapa a natureza política do processo cartográfico em si mesmo. Por isso, há a ideia de que um mapa é, por natureza, um artefacto indiferente a considerações de justiça, apesar de eles falarem de diferentes comunidades e territórios quando só uma comunidade existe (a humana) e uma só casa há para habitar (a Terra).

Em contrapartida, a textualização dramatúrgica desta abstracção quis focar-se nos silêncios do mapa e combatê-los. Nesse sentido, quis também comprometer -se com uma ideia de cartografia ética e moral, que relevasse povos e experiências ignoradas. Para isso, concentrou-se nas zonas em branco em que as linhas cartográficas do presente vacilam ou simplesmente oprimem mais: sobretudo em África e no Médio Oriente, e não menos nos mares que são cemitérios daqueles a quem essas linhas riscaram e excluíram. Mas também na abertura do futuro, no qual, desejavelmente, num dia claro, estes artefactos serão por m abolidos.
​
Francisco Luís Parreira
Um homem partilha a sua sensação de impotência face à guerra e dá a palavra àqueles cuja vida foi destruída. Ele decide olhar para o indizível, fala do invisível: a vida antes, durante e depois de um bombardeamento, a vida que continua de qualquer maneira e a esperança quase indestrutível de quem tem a sorte de ainda respirar.

Por ser tão dolorosa, a impotência pode desviar o nosso olhar dessas paragens onde a vida nos parece insuportável. Essa cegueira, meio voluntária, impede-nos de transmitir a nossa essencial indignação aos nossos olhos e de a partilhar com os nossos pares de forma profunda.

A arte aqui tem um papel agregador, junta-nos à volta de um desastre universal e intemporal e sobretudo junta-nos à volta das pessoas que vivem no meio da tempestade e que, mais do que vítimas, são poços de esperança que querem construir o futuro.
​
Caroline Bergeron
É no pano que resta de uma tenda que são projetadas as imagens em palco. Fernando Mota está sozinho, mas não lhe faltam vozes nem personagens ao redor. Há caixas de madeira e sacos de serapilheira no chão, caldeiros de chapa suspensos do teto.

Mapa é um espetáculo imersivo. Onírico e cinematográfico mais do que documental, quer levar os espectadores para territórios e quotidianos bem diferentes dos seus: lugares há muito em conflito, povoados de gente desfavorecida, sem terra, sem casa, sem quase nada. Não é sobre a guerra, mas sobre quem a ela vai sobrevivendo e resistindo. Olha para regiões como o Afeganistão, a Síria, o Sudão, a Nigéria, a Palestina ou tantos outros e procura ver como vivem as crianças e as mulheres, enquanto os homens fazem a guerra. São histórias paralelas aos conflitos armados, é o outro lado, visto em micro e meta narrativas sugeridas ali em palco, num espetáculo multidisciplinar, que usa música, vídeo, texto dito e texto gravado.

A ideia deste projeto nasceu da vontade de trabalhar a partir dos poemas das mulheres afegãs, os landay. Aquilo que seria um espetáculo para adultos acabou por se transformar em duas peças distintas: Mapa – Cantos e Contos, para crianças maiores de seis anos, e Mapa – Estórias de Mundos Distantes, pensado para um público adulto. Em ambos se põe em palco o mesmo universo, adaptando a mensagem à faixa etária a que se destina.

Gabriela Lourenço (Teatro S. Luiz)
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